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O blogue do programa de música pop em português
da Rádio Centre-Ville FM, 102,3, Montréal.

30.3.05

COPYRIGHTS, GROKSTER, & CANADA

E está rolando esta semana na Suprema Corte Americana o caso MGM x Grokster, o serviço de troca de música arquivos pela internet. Pois é, dentre todos os argumentos pró-Grokster que ouvi e achei pertinentes, destaco a opinião do editor da Wired e blogueiro Chris Anderson, que disse que os p2p, além de não prejudicarem definitiva e comprovadamente os grandes artistas, ajudam muito quem está começando e prefere dar música de graça a ser ignorado. Saiu no Los Angeles Times, diz que é só pra assinante, mas eu li numa boa... Ele não comentou, mas ajuda gente dura doida por música, como eu, a tocar coisas na rádio que por fim vai pagar os direitos autorais. Contraditório? Pois é, é a vida.

E na semana passada o Canadá trocou sua lei de direitos autorais, tornando o compartilhamento de arquivos com copyright ilegal. É, uma brecha na legislação anterior permitia que a gente se refestelasse nos SoulSeeks da vida sem sombra de preocupação. Não mais. Entra em vigor em meados de maio, veja aqui. Quer curtiu foi a RIIA canadense, a Associação da Indústria Fonográfica do Canadá. Negócio é esperar para ver se eles começarão os processos logo logo.

Blogues acompanhando o caso Grokster - em inglês

28.3.05

MORRISSEY E OS LATINOS

O Guardian publicou artigo sobre a febre de Smiths e Morrissey entre adolescentes de Los Angeles hoje, falando também sobre o documentário Is It Really So Strange?, de William E Jones, que registra a cena morrisseyana teen do balneário de sonhos.

"No Reino Unido, a música de Morrissey e dos Smiths são o pop mais branco imaginável (...). Entretanto, em LA, onde Morrissey agora mora, as coisas são radicalmente, para não dizer racialmente, diferentes. Lá, a juventude branca classe média adota 50 Cent para superar seus hormônios, enquanto os latinos abraçaram a música de Morrissey e dos Smiths como a deles próprios."

Bom material pruma pessoa como eu, brazuca criada em SP mamando no bardo inglês.

LINQUE

14.3.05

ME DESCABELANDO NO MIMI GALA

A entrega do Prêmio de Música Independente do Quebéc foi ontem, e um amigo me chamou pra ir e fui assim sem muito pique, podre de trabalhar traduzindo Knight Rider (!) e com um resto de gripe, mas no fim acabei me descabelando de dançar, não apenas com a Lesbians on Ecstasy (uma banda superbacana com um nominho tão sem-vergonha, pena), mas também com uma figura que eu desconhecia e que é tuda, o Champion, que merece um post só dele.

Agora vai entender por que a coisa chama Montreal International Music Initiative... Internacional? Quoi?

O Arcade Fire, como se esperava, ganhou o disco do ano com Funeral, o ótimo Loco Locass ganhou melhor música com seu som dançante político separatista (é issaê). Os shows foram todos muitos bons. Patrick Watson supercompetente com seu roquinho pop sujo e melancólico, o Chromeo mandou superbem, o Sixtoo deu uma aquecida OK com seu hiphop pra começar a noite (mas o mais legal foram os vídeos que ele mostrou, uma animações abstratas duca, low tech e trés sweet). O show que eu perdi (nem vou contar porque) foi o do Malajube, que levou dois prêmios, do público e do júri como revelação. Prestenção nesse aí, parece que o show foi fantástico e que a figure promete.

7.3.05

SAMBA GRINGO ATIVISTA ?

Ou samba ativista de gringo? Ou gringo sambando ativado? Como chamar esse trem eu não sei bem, mas o negócio é que tem europeu achando que o nosso velho conhecido samba-reggae, aquele da Bahia dos trios elétricos, é a melhor trilha sonora para protestar contra o capitalismo selvagem, como noticiou a BBC aqui.

"O samba está se tornando a trilha sonora informal de manifestações políticas em diferentes capitais européias. Um dos principais grupos de sambistas-ativistas é o londrino Rhythms of Resistance (Ritmos da Resistência), que conta com cerca de cem integrantes.

Além deles, há grupos de sambistas-ativistas em cidades tão diversas como Paris, Barcelona, Praga e até mesmo Tóquio e Seattle, onde um das mais destacados grupos é Infernal Noise Brigade (Brigada Infernal do Som)."


Parece que esses jovens branquelos engajados estão a copiar alegremente não só a batucada, mas também algumas poucas idéias de ação comunitária dos blocos afros soteropolitanos, aparentemente sem muita reflexão sobre apropriação cultural... O que pra mim tá beleza, mas tou sabendo de muita gente que ia abrir o berreiro.

Veja o site dos ingleses Rhythms of Resistance aqui.

3.3.05


K-7, precursor de ambições antológicas Posted by Hello

MIXED TAPE, VERSÃO VIRTUAL

Quem nunca pegou sua coleção de LP e cuidadosamente escolheu cerca de 12 faixas (separadas em lado A e B) pra colocar naquela fita feito com carinho pra namorada ou amigo? Pois é, agora mais do que antes, você virou o mestre e senhor absoluto da sua coleção de música, e criar e editar suas próprias antologias de "O Melhor de 1978" ou "Prediletas do Zezinho" é bem mais fácil do que na época das fitinhas K-7 e das capinhas com desenhos e colagens. Sem mencionar a qualidade do som, a gente pode agora simplesmente lembrar de uma faixa e descolar a mesma em P2P ou comprando pela rede em minutos, em segundos.

Mas o legal mesmo é compartilhar nossas modestas coletâneas e quem sabe trocá-las com coletâneas de outros amantes da música. O lugar pra isso é o Art of the Mix, um site bacanudo em que as pessoas publicam seus mixes virtuais. Os editores do site escolhem os melhores da semana e todo mundo pode comentar, votar e tentar trocar mixes. Tem muita coisa boa, tem coisa esdrúxula, tem mixes temáticos (o campeão dessa semana é sobre Morte). Vi até um mix de Tropicália feito pelo Michelangelo Matos, editor do Seattle Times.

LINQUE

2.3.05

CLUBE DO BALANÇO É UMA BRASA, MORA?

E mais anos 60, caro leitor. Essa dica me foi passada pela digníssima Juju, e super vale a pena dar uma orelhada. É a rádio do Clube do Balanço, que tem pérolas do samba-rock, samba-soul e balanço, além de jazz brazuca, bossa nova e coisas que tais, desde os anos 60 até contemporâneos. Não deixe de checar o especial do Ed Lincoln (com clássicos como o bizarro "Ganso") ou o fantástico Black Brega Music. Na verdade, tudo na rádio é sensacional.

O programa é produzido pela banda Clube do Balanço e pelo Rodrigo Piza, que também toma conta das picapes virtuais e apresenta.

Valeu, Ju!

LINQUE